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domingo, 10 de julho de 2011

EM TEMPO...

Entrevista com o Cel Mário Sérgio Duarte, Comandante Geral da PM, ao Jornal O DIA

Assunto: Concessionárias vão contratar PMs durante as folgas

Rio - A expansão do programa estadual de Integração da Segurança (Proeis), pelo qual o policial militar pode aumentar sua renda trabalhando durante a folga, virou a menina dos olhos do comandante da PM, coronel Mário Sérgio Duarte. Já fechado com a Prefeitura do Rio, o projeto também chegará a outros municípios e há estudos para estendê-lo às concessionárias de serviços públicos.

Na entrevista a O DIA, o comandante fala ainda que o Bope voltará ao Complexo do Alemão antes que a UPP seja instalada lá e de projetos ousados, como a mudança de batalhões para prédios verticais. Faz análise de momentos difíceis para a corporação e de seus dois anos à frente da tropa, que completará na quinta-feira: “Boa parte do meu tempo é aqui. Esses ‘filhos’ (PMs) são os que me exigem mais, mas também me dão muitas alegrias”.

O DIA: Sua gestão completará dois anos esta semana. O que se pode esperar desta nova fase?

MÁRIO SÉRGIO: A maior novidade é a expansão do Programa Estadual de Integração na Segurança (Proeis), que é um dos grandes avanços nesses dois anos. Fizemos uma adaptação do modelo de São Paulo, onde o policial recebe para trabalhar na folga. Num primeiro momento, a Prefeitura do Rio embarca no projeto. Só lá serão mil homens. Estudamos outras, como a de Queimados, que deve enviar ofício nos próximos dias. Macaé já enviou e há outras que já sinalizaram.

Mas qual é a maior novidade do projeto?

Vislumbramos a possibilidade de concessionárias de serviços públicos também receberem o Proeis. Está sendo construído, mas é quase certo que, em breve, tenhamos o Proeis para o Metrô, para a SuperVia, as Barcas e para universidades públicas que têm problemas nos seus campi.

O valor do auxílio será o mesmo?

O mesmo valor de R$ 150 por turno de oito horas, com um limite máximo de R$ 1.500. O policial venderia sua força de trabalho na folga, da forma mais legítima, com equipamentos cedidos pelo estado, para que ele tenha uma remuneração melhor. Pensamos no homem que vai para o ‘bico’ como virtuoso, alguém que quer melhorar a sua qualidade de vida, dar o melhor para seus filhos. Essa é uma forma de fazer um trabalho legal e protegido.

Existe outra possibilidade de aumentar o salário?

Algo que foi encomendado pelo estado há pouco mais de um ano, é a venda de parte das licenças especiais e das férias. Muitos policiais já sinalizaram que gostariam de vender parte das férias. É óbvio que precisa ter um período para descansar. Estamos decidindo, mas é um dinheiro a mais para o policial.

O combate à corrupção ainda é o grande desafio?

Por mais que aperfeiçoemos o sistema, acho que vamos esbarrar sempre nisso porque é o ser humano. A gente não tem um terreno onde lança sementinha e nascem PMs. Recrutamos homens com experiências pessoais. Muitas vezes, no início, a gente vê más intenções, porque as pessoas trazem personalidades e experiências.

O que a PM tem feito para evitar desvios de conduta?

Primeiro, a melhor seleção possível, com boa investigação social do candidato. Vamos ter condições de dizer pelo menos: “Tentamos trazer o que há de melhor no mercado de trabalho”. Criamos o programa de prevenção ao desvio de conduta, com uma peça que roda o estado. Depois, é vigilância e correição. Por isso, aperfeiçoamos a Corregedoria.

O que passa a ser atribuição da nova Corregedoria?

Em breve, mudaremos o esquema de supervisão de patrulhamento, que deixa de ser feito pelos batalhões de áreas e passa para a Corregedoria. Vamos selecionar pessoas com o perfil, levar grupo de oficiais para lá para esse serviço. Manteremos o apoio para o policial no acerto, mas o olhar sobre o erro vai ser diferenciado.

É uma supervisão mais isenta?

Sim. Teremos grupos de batalhões recebendo a mesma supervisão. Queremos a supervisão feita cada vez mais de dentro do batalhão, já que temos GPS nas viaturas, telas que nos permitem visualizar o homem em campo e dar apoio se necessário. Não precisa alguém do batalhão ir para a rua checar papeleta, isso vai ser feito pela Corregedoria, porque aí ele vai ver outras coisas que o olhar do batalhão não tem.

Isso significa que há erros na supervisão do batalhão?

Há problemas, mas imagina o meu exemplo: fiquei sete anos no 12º BPM (Niterói). Quando era aspirante, meu olhar para o erro era um. Após alguns anos não era mais o mesmo. Mais aguçado para algumas coisas e menos para outras. De vez em quando tem que sacudir mesmo.

Sacudir para não fazer vista grossa?

A palavra não é vista grossa. O trabalho de policial exige que a gente olhe além das nossas deficiências. E, para isso, tem que ter sistemas e é o que estamos criando. A Corregedoria tem um olhar mais atento aos desvios, quando o batalhão tem um olhar mais operacional.

Há envolvimento de policiais no desaparecimento do menino Juan?

Desaparecimento é um crime bárbaro. Se por acaso ficar constatada a participação de PMs, além do jugo da lei, nem se cogita outra punição que não seja a expulsão. Estamos com investigação, mas não temos comprovação disso. Também ajudamos na elucidação do sumiço, determinei que não se encerrem até sabermos o que aconteceu.

O ataque aos PMs da UPP Coroa é um sinal de que a região ainda não está totalmente pacificada?

Se você entender que pacificado é o fim do domínio do território e da submissão da população, digo que está. Não houve ataque, a ação foi da polícia, que recebeu denúncia e foi lá atuar. Havia antes uma guerra. Entrávamos na favela, combatíamos, morríamos, matávamos criminosos, inocentes. Um dia esse troço ia acabar. Está acabando. As áreas estão pacificadas, mas não isentas de crime. Isso tem que ficar claro.

O senhor disse que pretende retirar os fuzis das favelas ocupadas. Não é necessário primeiro tirar o armamento pesado das mãos dos traficantes?

Não é o fuzil que reprime, é um conceito errado. No futuro, não vamos precisar do fuzil nem como arma de emprego coletivo. Houve um tempo no Rio em que, numa patrulha de trânsito no Centro, os dois policiais usavam fuzil. Ainda há criminalidade. E vamos ter problemas por muito tempo. Mas a expectativa é que esse tempo diminua e que a gente ainda faça muitas UPPs.

Mas esse episódio mostrou que ainda há armas nas áreas pacificadas. No Complexo doAlemão, por exemplo, será preciso uma nova operação para implantar a UPP?

A Força de Pacificação do Exército fez um trabalho muito bom. O que não implica que não façamos uma adaptação com o Bope, mais por questões de orientação de tropas. Armas escondidas ninguém pode garantir que não tem. Tiramos muito, mas o Alemão era o grande castelo do narcotráfico no Rio.

E como reduzir os crimes em áreas sem UPP, como Zona Oeste e Baixada?

Temos feito prisões e mudado o patrulhamento. Fizemos descentralização em que tiramos as companhias e colocamos em locais para irradiar o policiamemento. Inauguramos no Morro Azul e, nas próximas semanas, no Camarista Méier. Onde há criminalidade, mas não necessita de UPP, colocaremos uma companhia.

Era necessária a intervenção da PM no quartel dos bombeiros? Ficou saia justa entre as corporações?

É necessário esclarecer que não foi um pedido do governador. É um protocolo, toda vez que tem massa, usamos o Batalhão de Choque. Era necessário dar segurança ao quartel, trabalhar com precaução. Continuamos vendo os bombeiros como heróis, tanto que meu filho está lá. Quando saí de casa aquele dia, ele me disse: ‘Pai, não esquece que sou bombeiro’. Mas o fato está superado e o momento é de conciliação.

E qual o balanço desses dois anos?

Só tenho a agradecer à minha tropa, ao secretário e ao governador. Atribuo o meu trabalho ao de cada um dos meus homens. Temos planos e, enquanto estiver aqui, vou lutar por eles. Os uniformes serão padronizados e na cor azul marinho. Queremos novos quaréis em prédios verticais e modernos. Não é preciso ter campo de futebol. Podemos compartilhar com prédios privados, desde que seja independente, com cuidado para armamento e estacionamento. O governo cede terreno para empresas, que constroem os prédios e cedem espaço para a PM.

16 comentários:

Anônimo disse...

O Programa Estadual de Integração na Segurança (PROEIS) significa a DESVALORIZAÇÃO do serviço de SEGURANÇA PÚBLICA e irá aumentar a defasagem salarial dos Policiais Militares do Rio de Janeiro, causando mais descontentamento na tropa. Os PROFISSIONAIS da segurança precisam ser respeitados. O PROEIS demonstra a falta de interesse do Governador em valorizar este SERVIÇO ESSENCIAL. O que vale, para efeitos de remuneração, é o SOLDO dos Policiais Militares. Estão chegando a Copa do Mundo e as Olimpíadas e a PMERJ tem os piores salários do Brasil!

Anônimo disse...

PRIVATIZAÇÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA??

Anônimo disse...

PMERJ - COM UM SOLDO ABAIXO DO MÍNIMO, O PM NÃO VAI LONGE!

Anônimo disse...

COM SOLDOS ABAIXO DO SALÁRIO MÍNIMO VIGENTE, A PMERJ NÃO FUNCIONA!

Anônimo disse...

2º TEN PM deveria ganhar R$8.178,50
e o SD PM deveria ganhar R$4.089,25

Anônimo disse...

2º TEN (PM/BM) deveria ganhar R$ 8.178,50
e o SD (PM/BM) deveria ganhar R$ 4.089,25

Anônimo disse...

Para prestar ao cidadão um serviço público eficiente e de qualidade, os integrantes da PMERJ e do CBMERJ precisam pelo menos de um SOLDO acima do SALÁRIO MÍNIMO vigente.

Anônimo disse...

"O RIO CORTA A ROCHA
NÃO POR CAUSA DE SUA FORÇA,
MAS POR CAUSA DE SUA PERSISTÊNCIA"
(Jim Watkins)

Anônimo disse...

O SOLDO É O SALÁRIO DO MILITAR ESTADUAL (não pode ser inferior ao salário mínimo vigente).

Funcionários que têm apenas instrução fundamental (1º Grau) e desempenham funções de apoio recebem salário a partir de R$ 3.615,44 (três mil, seiscentos e quinze reais e quarenta e quatro centavos). Nada mais justo que os Militares Estaduais de todo o país tenham uma remuneração acima do referido valor. A DIGNIDADE SALARIAL para o PM e o BM do Rio de Janeiro não beneficiaria somente os Militares Estaduais, mas a sociedade fluminense como um todo.

SOLDO INFERIOR AO SALÁRIO MÍNIMO É DESRESPEITO!

Anônimo disse...

Pagar um salário digno à tropa é fundamental!

OS PMs DO RIO CUIDARIAM MUITO MAIS DA FORMA FÍSICA SE FOSSEM BEM REMUNERADOS, POIS PODERIAM TER O MERECIDO DESCANSO EM SUAS FOLGAS, UTILIZANDO UMA PARTE DESSE TEMPO PARA PRATICAR ATIVIDADES FÍSICAS. COMO SÃO MUITO MAL PAGOS, PRECISAM DE UM OUTRO EMPREGO PARA PAGAR AS DESPESAS BÁSICAS DE SOBREVIVÊNCIA (PREVISTAS NO INCISO IV DO ARTIGO 7º DA NOSSA CARTA MAGNA).

DIEESE VERIFICA SALÁRIO MÍNIMO NECESSÁRIO PARA ARCAR COM AS DESPESAS BÁSICAS: R$ 2.293,31

O militar estadual precisaria de um piso salarial no valor de R$ 2.293,31 (dois mil, duzentos e noventa e três reais e trinta e um centavos) em junho/2011 para conseguir arcar com suas despesas básicas, de acordo com dados divulgados pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) no dia 3 de junho de 2011.

http://www.dieese.org.br/rel/rac/salminMenu09-05.xml

OBS: A PMERJ e o CBMERJ deveriam receber 250% de aumento para receberem um SALÁRIO COMPATÍVEL COM O RISCO, A RESPONSABILIDADE E A IMPORTÂNCIA DA FUNÇÃO.

Anônimo disse...

Soldados do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar do RJ recebem SOLDOS inferiores ao SALÁRIO MÍNIMO vigente!

Anônimo disse...

Temos que lutar contra as GRATIFICAÇÕES e à favor do piso salarial de R$ 4.500,00 (Proposta de Emenda à Constituição nº 300, de 2008). PEC 300 já!

Anônimo disse...

TEMOS QUE PROMOVER UMA NOVA CAMPANHA: "TENHO VERGONHA DO MEU COMANDANTE GERAL"

Anônimo disse...

Gastos com terceirização das viaturas da PMERJ dariam para triplicar a frota!

Ministério Público investiga indícios de superfaturamento na Polícia Militar do Rio de Janeiro.

Valor é maior que o pago pela Defesa Civil! Manutenção de VW a custo de BMW?

Anônimo disse...

SOLDO DE 2º SGT NO RIO É R$ 540,22

APÓS A ANTECIPAÇÃO DAS PARCELAS DO REAJUSTE, O SOLDO DE 2º SGT (PMERJ/CBMERJ) AINDA ESTÁ ABAIXO DO SALÁRIO MÍNIMO VIGENTE (R$ 545,00)!

SEGUNDO-SARGENTO COM DEPENDENTE(S) E MAIS DE 23 ANOS DE SERVIÇO RECEBE APENAS R$ 3.100,83 (VALOR BRUTO SEM O POEPP), APÓS TER ARRISCADO A VIDA INÚMERAS VEZES!

EM OUTROS ESTADOS, UM SOLDADO ("RECRUTA") GANHA ACIMA DO REFERIDO VALOR.

PAGAR MAL A PMERJ É BURRICE!

O policial fardado, nas ruas, é o Estado materializado prestando serviço junto à sociedade; investir nele é investir na sociedade e no próprio Estado.” (Giraldi)

A Segurança Pública no Rio de Janeiro vive o seu pior momento desde que as Polícias foram criadas. Antes de Sérgio Cabral Filho assumir o Governo do Estado, o Soldado da Polícia Militar nunca teve um SOLDO INFERIOR AO SALÁRIO MÍNIMO vigente. Hoje, um 2º Sargento tem um soldo abaixo de R$ 545,00, o que contribui para a sensação de insegurança em todo o Estado!

A QUEM INTERESSA UMA POLÍCIA MILITAR MAL PAGA? A remuneração dos Policiais Militares tem que ser compatível com a importância e a responsabilidade da função. Pagar bons salários é a única forma de ajudar na auto-estima dos profissionais da segurança pública e o melhor caminho para termos um Rio de Janeiro mais seguro.

O ESTADO DE 2ª MAIOR ARRECADAÇÃO TEM UMA POLÍCIA MILITAR COM O PIOR SALÁRIO DO PAÍS.

Anônimo disse...

Só teremos Segurança Pública de verdade com salários acima de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais) para o cargo de SOLDADO PM! SEGURANÇA DE QUALIDADE, SEM SALÁRIO DIGNO, É IMPOSSÍVEL.

O ESTADO DO RIO DE JANEIRO, possuidor do maior PIB per capta da região sudeste e da segunda maior arrecadação de impostos no país, segundo o IBGE, paga aos seus militares o PIOR SALÁRIO DO BRASIL.

SALÁRIO DIGNO É IMPRESCINDÍVEL, PM mal pago significa INSEGURANÇA pública!! O combate à criminalidade passa, antes de tudo, pela VALORIZAÇÃO DO POLICIAL MILITAR.

O Soldado da Polícia Militar ou do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal recebe salário inicial de R$ 4.464,11 (após o curso de formação).

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