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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Milícia – Máfia à Brasileira?



Revendo e discutindo um dos maiores clássicos do cinema policial, “O Poderoso Chefão” (1972), filme que apresenta as complexas relações da máfia italiana e sua inserção nos Estados Unidos, baseado no romance de Mario Puzo, me foi sugerida a possibilidade de se estabelecer algumas analogias interessantes com as milícias tupiniquins, fenômeno que se alastra pelas favelas cariocas e imprime uma fisionomia “organizada” a uma modalidade relativamente nova de crime, que tem ganhado bastante notoriedade nas discussões acerca de segurança pública nos últimos tempos, sobretudo, após o estrondoso sucesso do filme Tropa de Elite 2.

Seria as milícias uma espécie de máfia à brasileira? A resposta a essa pergunta nos remete ao entendimento acerca do que é máfia. “A Máfia é uma organização criminosa cujas atividades estão submetidas a uma direção colegial oculta e que repousa numa estratégia de infiltração da sociedade civil e das instituições”, conforme muito bem ilustrado no filme de Francis Ford Copolla, o poder exercido pela máfia se impõe e legitima através de mecanismos escusos que se concretizam por meio de uma “proteção forçada”, ou seja, o chefão, vivido no filme por Marlon Brando no imortal Don Vito Corleone, proporciona uma segurança aos seus protegidos, mediante o pagamento de propinas, é um sistema de trocas baseado no uso da força.

Entretanto, no filme as relações são dominadas por uma violência subjacente, revestida de certa áurea de patriarcalismo. A primeira cena do filme, por exemplo, retrata que existem códigos de condutas e tradições seguidas por esses seguimentos mafiosos, quando no casamento da filha do Don Corleone ele é compelido a não recusar nenhum pedido que lhe seja feito na ocasião. O senso de justiça exercido nesse contexto obedece a critérios particulares de interesses próprios negociados internamente, por representar uma organização fechada. Violência, sexo, ambição, vingança e intriga se encontram em uma trama que provoca no espectador uma reflexão acerca da contradição entre valores que oscilam desde lições de moral até a implacabilidade de suas decisões acerca da vida ou da morte.

A diferença crucial desse modelo de gerir o crime organizado é que nossos chefões, que no contexto italiano são vividos principalmente por famílias da máfia, conhecidas internacionalmente como a “Cosa Nostra” ou “Camorra”, aqui são vividos – em sua grande maioria, por agentes de segurança pública – sejam estes policiais militares e civis, bombeiros, agentes penitenciários dentre outros. Nesse sentido, a milícia envolve condições peculiares de se desenvolver e consolidar, na medida em que se utiliza de uma função pública para perverter o sistema.

Dessa forma, a utilização de um discurso falacioso que se apóia na contramão da cidadania e no respeito aos direitos humanos resgata certo heroísmo distorcido, fruto de uma cultura baseada em relações clientelistas, onde os fins justificam os meios e vê na formação de milícia algo produtivo. É aí que enxergamos o quanto a violência ainda é admitida como possibilidade de resolução de conflitos em nossa sociedade, existe uma cumplicidade, logo, a violência acaba sendo, nesse sentido, a aproximação mais possível entre a máfia e a milícia.

4 comentários:

Anônimo disse...

A SEGURANÇA PÚBLICA DO RJ ESTÁ "ABANDONADA"

PMERJ - uma Polícia Militar desvalorizada, desmotivada, desestimulada

HÁ IRREGULARIDADE NOS SOLDOS DE 1º SARGENTO PARA BAIXO...

SALÁRIO MÍNIMO VIGENTE (A PARTIR DE FEVEREIRO/2011): R$ 545,00 (QUINHENTOS E QUARENTA E CINCO REAIS).

SOLDO DE 1º SGT PM/BM: R$ 538,37
SOLDO DE 2º SGT PM/BM: R$ 488,72
SOLDO DE 3º SGT PM/BM: R$ 444,60
SOLDO DE CB PM/BM: R$ 385,01
SOLDO DE SD PM/BM: R$ 334,27
SOLDO DE AL CFSD PM/BM: R$ 275,81

Não é difícil agir corretamente! O Governo do Estado do Rio de Janeiro precisa dar apenas 97,6% de reajuste salarial para equiparar o menor soldo da PMERJ e do CBMERJ (R$ 275,81) ao salário mínimo vigente (R$ 545,00).

A questão salarial merece especial atenção. Os soldos da Corporação já estão muito defasados!

É preciso resgatar o poder de compra do PM do RJ, para que ele possa viver com dignidade.

UM DOS PRINCIPAIS FATORES DE ESTRESSE VIVENCIADOS PELOS POLICIAIS MILITARES DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO É O SALÁRIO, CONSIDERADO INJUSTO.

A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO DO HOMEM MEDE-SE PELO QUE ELE GANHA (O SEU VALOR SÓ É RECONHECIDO PELA QUANTIA QUE ESTÁ NO CONTRACHEQUE).

PODEMOS TER UMA POLÍCIA DE PRIMEIRO MUNDO, BASTA O GOVERNADOR QUERER!

QUEM É CONTRA A PEC 300, É CONTRA A SEGURANÇA PÚBLICA, É CONTRA A POLÍCIA!

A PCDF e a PF não estão bem remuneradas, as outras Polícias é que pagam muito mal!

A INFLAÇÃO MENSAL ESTÁ DANDO 3% (TRÊS POR CENTO). NOSSO REAJUSTE MENSAL É MENOS DE 1% (UM POR CENTO). SERÁ QUE NINGUÉM ESTÁ VENDO ISSO?

Anônimo disse...

Esse negócio de Confirmação de Divisa tem que acabar na PMERJ!

Divisa não tem que ser confirmada, mas sim conquistada (mediante concurso interno para o CFC e o CFS)!

A promoção a CB PM e a ascensão a 3º SGT PM devem ser conquistadas! Não pode ser no "automático".


Aí a gente escuta aquela besteirinha: "entrei para ser SD e já sou SGT"... Fala sério!

Anônimo disse...

Gerar Sargentos que não cursaram o CFS é um erro, uma "brincadeira de mau gosto" com a Corporação, um desprestígio para o bom policial que cumpriu as etapas previstas e fez por merecer sua promoção. Ninguém deveria ser promovido à graduação de 3º Sargento PM sem prova!

Divisas (de Cabo e de Sargento) devem ser conquistadas.

Anônimo disse...

corruptos sao corruptos!!!ha soldados corruptos há coroneis corruptos há juizes corruptos
pode-se aumentar o salario que a indole nao mudará,querem aumentar o salario muito bom mas abrindo concurso com 5000 vagas para praças os custos seriam altissimos sem falar da qualidade 99,99999% de corruptos iclusive esses que tentam justificar tortura e extorçao pelo baixo salario.
esses ae sao corruptossssssssssssss

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