Dizer que a publicação de punições disciplinares de PMs em boletim reservado acobertará desvios de conduta chega a ser cômico, pois elas continuarão vazando, como sempre vazaram as constantes do boletim ostensivo, cujo acesso também necessita de senha – apesar do nome ensejar que é público.
Ninguém é tão fiscalizado quanto os policiais militares: corregedoria interna, delegacias militares, Corregedoria-Geral Unificada, delegacias de polícia, MP, Auditoria Militar, Ouvidoria, Disque-Denúncia, ONGs de direitos humanos para bandidos, sociedade, imprensa e por aí vai.
A PM do Rio é a mais mal remunerada do país – um soldado de Brasília recebe igual ao major daqui. Como o governador Sérgio Cabral não resolve, e parece que nem atenuará o problema principal, que é o salário, caberá ao novo comandante-geral, profissional gabaritado e de princípios, resgatar o moral da tropa.
Com a medida em discussão, há sinalização de que o tratamento a ser dado, a partir de agora, é equânime, independentemente da patente. O reflexo intramuros é muito positivo, pois principalmente os praças, que estão na ponta da linha, nas ruas, dando suas vidas pela nossa segurança, percebem que a divisão histórica da PMERJ entre eles e oficiais pode estar com dias contados.
Em conjunto com outras medidas, como a já anunciada extinção da prisão administrativa, como a necessária elaboração de novo Regulamento Disciplinar, à luz da Constituição Federal, poderemos ter uma legislação que ampare não só o policial, mas também sua família.
Governador, o que a tropa quer não é segredo para ninguém. Quer salário digno, ainda que via ato secreto, pois também será bem-vindo.
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